domingo, 18 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Boas Festas



As bibliotecas escolares do Agrupamento desejam a toda a comunidade educativa votos de um Feliz Natal e de um Novo Ano recheado de muitos sucessos escolares e pessoais.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Ano ainda será lectivo ou já será letivo?

Nem grande entusiasmo, nem grande rejeição. É este o balanço possível no final do 1.º período do ano lectivo em que se introduziu nas escolas portuguesas o Acordo Ortográfico (AO). Ainda há dúvidas sobre certas regras, mas ninguém se queixa de falta de material de apoio. 

Alguns professores continuam a não concordar com a nova grafia – mas, afinal, quem é que quer ser acusado de estar a prejudicar os alunos que, mais cedo ou mais tarde, serão penalizados se escreverem com a “grafia antiga”?

Quando foi anunciado que nos exames externos deste ano o não cumprimento do AO não seria ainda penalizado, os docentes (e provavelmente também os alunos) respiraram de alívio, por sentirem que tinham ganho algum tempo, conta Edviges Ferreira, presidente da Associação de Professores de Português (APP). “Neste momento, parece-me que cada escola faz o que quer. Uns professores dizem que penalizam os erros, outros só começam a fazê-lo quando isso for feito nas provas de avaliação externa [em 2013/14 para o básico e em 2014/15 para o secundário]”.

Na opinião de Edviges Ferreira, que tem feito várias acções de formação sobre o AO, “devia ter havido uma determinação muito específica dizendo que, como o acordo entrou em vigor este ano lectivo, todos os professores o deviam aplicar e deviam começar a avaliar os alunos pelas novas regras. Isso seria fundamental, caso contrário as pessoas deixam tudo para o fim.”

Resistências? Há sempre algumas, mas Ana Soares, coordenadora do departamento de Português do Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, diz que “os que se retraem mais são os alunos mais velhos, porque os mais pequenos reagem muito bem”. E confirma que, quando os estudantes percebem que o cumprimento do AO não vai ser relevante nos exames finais, ficam mais despreocupados – “não querem distrair-se do que é essencial por causa de uma coisa que não vai ser avaliada”.

E dentro de casa? Fizemos uma ronda rápida por três famílias com filhos em idade escolar para saber se já estão a usar o acordo. E, embora não se possa obviamente tirar daqui qualquer conclusão definitiva, ficámos a saber que na primeira família, com dois professores universitários e quatro filhos todos em idade escolar, nenhum começou ainda a usar. Noutra, o pai e o filho de 14 anos não usam, a mãe (também docente universitária) e o filho de nove anos já usam. E na terceira, também um casal com dois filhos de 14 e dez anos, não há ainda nenhum a aplicar o acordo.

“A” grande ou pequeno

Vejamos então o que se passa no 1.º ciclo. O Francisco tem nove anos e está no 4.º ano de uma escola pública de Lisboa. Já estão a escrever segundo o acordo ortográfico?

Diz que sim, e descreve uma sessão em que lhes foi apresentado um powerpoint com várias imagens mostrando as alterações que o acordo introduz. Se ele sabe algum exemplo? Sabe um dos que lê todos os dias nos cartazes que a professora colou nas paredes da sala: “Em Avenida Marechal Gomes da Costa, o ‘a’ de Avenida pode ser grande ou pequeno, e o de marechal tem de ser pequeno”, explica.

A professora decidiu entretanto tirar os cartazes da sala por achar que era demasiada informação para ser dada de uma vez só, mas começou já a marcar erro quando aparece com “p” ou “c” uma palavra que já os perdeu no novo acordo – “acção/ação”, por exemplo. Essa é uma regra que já parece integrada. As outras virão depois.

Os professores com quem o PÚBLICO falou estão convencidos de que a aplicação do AO é já irreversível e que, apesar de algumas dificuldades, as coisas nem estão a correr mal. É o que nos diz, por exemplo, Manuel Pereira, da Associação Nacional de Directores Escolares, e professor no agrupamento de escolas de Cinfães. “Toda a gente está ainda a tentar adaptar-se, mas a maior parte dos nossos alunos não tem problemas com o acordo. É um processo que demora tempo e que não é nada fácil. Mas não vamos começar a penalizar os alunos quando nós próprios ainda estamos em fase de adaptação.”

Ana Soares lembra que está em causa uma obrigação dos docentes: “Podemos ter questões pessoais [em relação ao acordo] mas estamos revestidos de uma obrigação perante a sociedade.”

Fase de transição

Fátima Gomes, professora na secundária de Barcelos, sublinha também que esta é uma fase de transição e que, apesar de haver uma recomendação para que os testes respeitem já as regras do AO, “a nível da correcção da escrita estamos a ser bastante flexíveis, vamos assinalando os erros, mas não descontamos”. De resto, também lhe parece que as coisas estão a correr com alguma normalidade. “Não estamos a dramatizar. Claro que há pessoas que, a título pessoal, ainda estão agarradas à ideia de combater [o acordo], mas não tem havido grande fricção.”Com os estudantes – que “têm o traço próprio da juventude, que é o de contestar” –, Fátima Gomes fez um trabalho de enquadramento, “mostrando que palavras que hoje são comuns também foram no passado muito contestadas”. A nível administrativo, na escola em que trabalha, os documentos têm também vindo a ser actualizados. “Além da estranheza de olhar para uma ‘ata’, não tem causado grande problema.”

Nuno Almeida, actualmente professor na Universidade de Zadar, na Croácia, é, desde o início, um defensor do AO. Conta, numa conversa por e-mail, que desde o ano lectivo passado pediu autorização da escola onde estava para começar a aplicar a nova norma às turmas do 7.o e 8.o anos. “Quanto aos alunos, houve a tendência inicial de rejeição da nova ortografia, que lhes parecia ‘estranha’ ou ‘esquisita’ em algumas palavras que eles estavam habituadíssimos a escrever (‘correção’, ‘ação’, os meses com minúscula...). Porém, esta renitência verificou-se apenas em relação a algumas (muito poucas) palavras com cuja ortografia os alunos já se sentiam muito seguros, e muito rapidamente o AOLP [Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa] deixou de ser assunto de discussão sempre que eu emendava a ortografia de uma ou outra palavra.”

Quanto às palavras em relação às quais os alunos não tinham tanta segurança, por exemplo “veem”, “leem”, “joia”, conta Nuno, “tornaram-se adeptos confessos da nova regra porque lhes veio simplificar a escrita e diminuir casos duvidosos”. Está, por isso, convencido de que a introdução do acordo nas escolas “não é, de todo, difícil”. Admite, contudo, que “a principal dificuldade, ainda que seja muito relativa, poderá ser a resistência de alguns professores à mudança”. Isso acontece “não porque sejam defensores de uma ortografia mais próxima da etimologia das palavras ou porque sentem um especial carinho pela língua, mas por falta de informação e por insegurança, um sentimento altamente incompatível com a atividade docente [as declarações de Nuno Almeida foram enviadas por e-mail e por isso mantivemos a grafia usada, que respeita o acordo ortográfico]”.

Edviges Ferreira não tem dúvidas “de que têm de ser os professores de Português a puxar mais” pela aplicação do acordo – são eles, aliás, que têm estado a fazer muitas das acções de formação nas escolas que as pedem (não houve formação organizada pelo Ministério da Educação). Mas as dúvidas continuam a existir, claro, até porque o AO deixa bastantes opções em aberto.

“Algumas bases são extremamente subjectivas”, diz. “Sobretudo no que diz respeito ao uso do ‘p’ e do ‘c’, em que, em muitos casos, a pessoa pode escrever conforme lhe apetecer. Se disser Egito escreve sem ‘p’, mas se disser Egipto escreve com ‘p’.

Mas depois o acordo contradiz- se.” E como faz para resolver essas contradições quando está a dar formação? “Explico isso, e aconselho os colegas a ensinar os meninos a escrever como dizem. Nesse caso, o professor não os pode penalizar”.

Também Ana Soares diz que as dificuldades que têm surgido resultam de regras cuja lógica nem sempre é perceptível – por exemplo, o hífen, que deixa de existir em cor-de-rosa, mas não em cor-de-laranja. Curiosamente, é o mesmo exemplo que Fátima Gomes utiliza para lamentar que a questão da hifenização “tenha muitas excepções, e depois excepções dentro das excepções.”

Mesmo Nuno Almeida, defensor do AO, lamenta a “existência das alternativas”, que não deveriam constar de um documento normativo. Mas concorda com a coexistência de formas como “bebê” e “bebé”, por exemplo, porque correspondem a duas maneiras de dizer a palavra, tal como concorda com a possibilidade de escrever “caraterística” ou “característica” para “representar casos de evolução fonológica ainda não completamente consolidados”.

Manuais actualizados?

E, por fim, há a questão dos manuais. “Neste momento, os alunos podem ter o manual de Português actualizado e o de História não. Ou terem no 10.º ano o manual antigo, no 11.º um com o acordo e no 12.º o antigo [muda no próximo ano]”, explica Ana Soares.

Esse é um ponto que Edviges Ferreira também questiona. Defendendo que a aplicação do acordo deveria ter sido mais rápida, admite que se tenha “facilitado muito por causa dos editores e livreiros, que ainda tinham muitos livros publicados com a grafia antiga e não queriam pôr no lixo todos os que tinham em stock”.

Mas Edviges está convencida de que no próximo ano o processo vai acelerar, até porque “muitos órgãos de informação já usam o acordo, e a partir de Janeiro os ministérios também”. E Nuno Almeida não tem dúvidas de que “a interiorização das principais alterações pelos estudantes se fará num curtíssimo espaço de tempo (muito provavelmente, um ano lectivo será suficiente)”. E, acredita, é “perfeitamente natural que, de toda a população portuguesa, sejam os estudantes os primeiros a interiorizar as alterações à ortografia”.
Fonte: Público

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Concurso de Desenho e Composição "Fumar, Porque Não se Deve Fazer?"

Este Concurso encontra-se aberto até dia 31 de Março de 2012 e é dirigido à população escolar (2.º e 3.º CEB).
Este concurso tem como finalidade a realização de um desenho e/ou composição alusiva à problemática e consequências negativas do tabagismo para a saúde e prevenção do cancro.
Os trabalhos de ambas as modalidades deverão ser remetidos para o núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro pelo professor ou equipa responsável pela dinamização do concurso de cada escola.
 Ficha de inscrição A (A preencher pelo Professor)
 Ficha de inscrição B (A preencher pelo Aluno e pelo Encarregado de Educação)

Mais tempo para algumas disciplinas e menos horas nas salas de aula

História e Geografia do 7.º e 9.º anos, Ciências Naturais e Físico-Química do 7.º ao 9.º anos terão mais uma aula por semana. A disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) sairá do 9.º ano e passará para o 5.º e 6.º anos. O Inglês será obrigatório a partir do 2.º ciclo. Formação Cívica e Estudo Acompanhado desaparecerão do currículo, surgirão cinco horas facultativas de Apoio ao Estudo no 2.º ciclo, e a carga horária da maior parte dos anos será reduzida. A maior redução será sentida no 12.º ano que de 13 a 14 horas por semana passará a ter 10. Estas são as principais propostas do Ministério da Educação para a reforma curricular que poderá começar a ser aplicada já no próximo ano letivo. O documento está em discussão pública até ao final de janeiro.

O ministro Nuno Crato anunciou as alterações esta segunda-feira, durante uma conferência de imprensa, em que sublinhou que a revisão curricular não foi feita "a olhar para o orçamento", mas que surge em nome de "um melhor ensino". A ideia é, explicou, "centrar mais o currículo nos conhecimentos fundamentais e reforçar a aprendizagem nas disciplinas essenciais". Mas a reforma curricular não agrada a todos.

A Associação de Professores de História (APH) vê assim cumprida uma antiga reivindicação, de mais horas para a disciplina, mas teme que haja uma "disputa" entre História e Geografia, uma vez que as escolas podem optar por dar mais tempo a uma ou a outra. "Obriga a uma certa disputa, que é sempre desagradável", referiu Raquel Henriques, presidente da APH, à Lusa. "Em algumas escolas ganhamos 45 minutos, noutras fica igual", acrescentou.

A Associação de Professores de Geografia (APG) também ficou satisfeita com a proposta da tutela e por a fusão entre História e Geografia ter sido completamente posta de parte. Em comunicado, a APG sublinha que a reforma "vai permitir que Geografia tenha três tempos letivos no 7.º e/ou no 8.º ano e três tempos letivos no 9.º ano". A distribuição compete às escolas. A APG considera a medida fundamental porque permitirá "que deixem de existir professores a lecionar 11 turmas e com mais de 300 alunos". No entanto, há uma preocupação antiga que mantém em relação à Geografia e Geografia de Portugal, sobretudo no 2.º ciclo, já que "nunca foi reconhecida habilitação própria aos professores de Geografia para lecionar a disciplina de História e Geografia de Portugal".

A Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), por seu turno, defende que se pode ir mais longe na autonomia dada às escolas na gestão da carga horária. "É fundamental que as escolas tenham projetos educativos diferentes para as famílias poderem escolher", adiantou, à Lusa, João Alvarenga, presidente da AEEP. No geral, a AEEP está satisfeita com a reforma curricular, mas, ainda assim, sublinha a importância de um currículo mínimo nacional definido pelo Ministério da Educação que cada escola pública ou privada preencheria conforme o seu projeto educativo. A AEEP irá, portanto, apresentar propostas para uma maior autonomia na gestão dos currículos.

Mais professores sem escola
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) fez as contas e teme que a reforma curricular apresentada pela tutela signifique menos 11 mil professores com trabalho no próximo ano letivo. "Da eliminação de desdobramentos, bem como de opções anuais no secundário, haverá igualmente um impacto negativo nos docentes das disciplinas envolvidas. Por fim, da eliminação de Estudo Acompanhado e da Formação Cívica resultará também uma redução muito significativa de horários que, neste caso, atingirão a generalidade dos docentes", sustenta em comunicado.

A FENPROF não fala de uma verdadeira reforma, mas sim de "alguns ajustamentos ao que se encontra em vigor". E considera que a reorganização anunciada não dá a devida atenção às áreas de expressões, de formação cívica e das tecnologias no Ensino Básico. No secundário, a FENPROF critica o empobrecimento do currículo e diz que faltam explicações da tutela sobre os critérios utilizados para reduzir horas e suprimir uma das opções anuais. No 2.º ciclo há também dúvidas. "O caráter facultativo do Apoio ao Estudo no 2.º ciclo carece de explicação sobre em que condições poderá ser levada a efeito a sua promoção: só quando as escolas reúnam as condições para o fazer, sem necessitarem de reforçar o seu corpo docente, ou, caso se torne indispensável, o MEC garante a colocação dos docentes necessários?", questiona.

A estrutura vai pedir ao ministério o estudo de impacto financeiro do projeto e respetiva fundamentação e diz que é necessário mais tempo para analisar as propostas. Na próxima semana, segunda e terça-feira, a FENPROF, que exigiu que o Governo recue na intenção de alterar a vinculação profissional da classe no âmbito da negociação da revisão do Estatuto da Carreira Docente, reúne o secretariado nacional.

A Federação Nacional da Educação (FNE) lamenta que as organizações sindicais não tenham sido consultadas neste processo de revisão curricular. "É nosso entendimento que, entre outras entidades, aquelas que são representativas dos docentes, são essenciais para o sucesso de qualquer medida que se queira tomar a este nível, e não deveriam ter sido marginalizadas neste contexto", refere, em comunicado. A FNE continua preocupada com o facto das questões orçamentais se sobreporem às questões pedagógicas e promete dar os seus contributos durante o período de consulta pública.

De qualquer forma, a estrutura defende uma revisão curricular do ensino secundário no que diz respeito às disciplinas, às ofertas de percursos formativos e aos conteúdos programáticos. "A qualidade do sistema educativo não se compadece com novas revisões curriculares que obedeçam à lógica que lhes têm presidido nos últimos anos: meras mudanças avulsas, sem coerência, sem justificação e obedecendo a preocupações conjunturais", aponta.

Partidos pedem alargamento de prazo
O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) veio entretanto a público manifestar o seu descontentamento com o programa regional e lamentar que não haja uma alteração de rumo. "A comunidade educativa merecia e esperava mais do que uma lista de intenções gerais e promessas", disse Marília Azevedo, presidente do SPM, adiantando que esperava mais do novo secretário que tutela a área da Educação na Madeira. A dirigente sindical lembra que os dados provisórios dos Censos de 2011 indicam que o número de madeirenses sem instrução aumentou na última década. "A insularidade e a ditadura determinaram um grande atraso em termos educativos neste arquipélago", acusou numa conferência de imprensa.

O PCP já pediu que o prazo da discussão pública da reorganização curricular seja alargado até ao final de fevereiro e solicitou uma audição pública no Parlamento sobre o assunto. "O Governo quer fazer passar isto por entre as gotas da chuva", acusou o deputado Manuel Tiago, afirmando que "este é o momento de chamar todos e não de excluir alguns". Segundo o político, mais um mês de discussão "permitirá uma participação mais efetiva e mais ampla". Durante o mês de janeiro, e por todo o país, os deputados do PCP promovem "audições descentralizadas" com a comunidade escolar.

O BE também defende o alargamento do prazo do processo de consulta pública e, nesse sentido, vai apresentar um projeto de resolução ao Governo para que haja um debate alargado com a sociedade portuguesa. O partido está bastante apreensivo com as propostas da tutela. "Esta reforma curricular é exatamente o que parece, aquilo que vai permitir fazer despedimentos massivos ao nível da nossa escola pública e do nosso sistema educativo, sem que verdadeiramente toda a matriz curricular tenha sido pensada", vincou a deputada Ana Drago. 
Fonte: Educare

sábado, 3 de dezembro de 2011

Feira do Livro de Natal

O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva, através das Bibliotecas Escolares, tem o prazer de convidar V.Exª a visitar a Feira do Livro 2011, subordinada ao tema “Ler. Saber. Poder”, no âmbito da qual se integra a visita do escritor e ilustrador Pedro Seromenho.


Este evento decorrerá nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, das 09.00H às 17.00H, no átrio principal da Escola Básica 2,3 Aquilino Ribeiro. Nesta época natalícia, ofereça um livro ao seu educando e contribua para o seu sucesso educativo.
Os livros são vectores de cultura. Não só transmitem histórias e ideias, como também distraem, são belos, instrutivos e divertidos”. (UNESCO)



Atividades de leitura para a infância e a juventude

Quando se fala de leitura infanto-juvenil, penso que será pertinente falar-se de leitura, de leitura para e de leitura com, cada um dos três tipos com atividades específicas.

Chamaria leitura, simplesmente leitura, a todas as atividades de leitura autónoma, seja recreativa, para investigação, para estudo ou para qualquer outro fim. Leitura para e leitura com implicam a intervenção e a colaboração de pelo menos duas pessoas: a criança e um adulto (professor ou familiar). Leitura para, como o nome pressupõe, é uma atividade em que alguém lê para outra(s) pessoa(s). Leitura com, tendo a participação de um mínimo de duas pessoas, implica uma participação ativa de todas. Qualquer destes três tipos de leitura pode ocorrer em diferentes idades, desde o nascimento até à adolescência, tendo em conta apenas as faixas etárias a que nos referimos neste artigo.

Então pode começar-se a ler autonomamente desde que se nasce? Como, se não se conhece o código escrito? Quando um bebé brinca com um livro de pano e se diverte a experimentar as diferentes texturas ou a produzir os vários sons que ele proporciona, está a manipular um livro, a virar as suas páginas, a utilizá-lo para criar sentido e o tornar significativo. Com o passar do tempo, a criança vai conseguir ver as figuras de um livro e criar uma história a partir delas, o que é, à sua maneira, e de forma adequada para o nível etário, ler. Se esse livro já foi lido para ela, por exemplo, pelos pais, ser-lhe-á ainda mais fácil recriar a história que já ouviu e ir-se apercebendo de que aqueles caracteres que ainda não consegue descodificar transportam essa narrativa. Com a entrada na escola e a aprendizagem da leitura, a criança poderá, finalmente, começar a fazer uma leitura no sentido tradicional do termo. Existe uma grande variedade de livros, com texto mais ou menos longo, ou até mesmo apenas com palavras associadas a imagens ou com pequenas frases. Uma seleção cuidada dos livros a oferecer a uma criança poderá ajudar a que ela consiga ler autonomamente, o que, além do prazer associado à leitura, contribuirá para a tornar uma leitora mais motivada e mais competente, sendo cada livro, com texto cada vez um pouquinho mais longo, um novo desafio.

Ler para é uma atividade que pode ser iniciada mesmo antes do nascimento, com a mãe a ler para o filho que sente dentro de si. Quando a criança nasce, desde pequena que aprecia ouvir ler e contar histórias. As histórias tradicionais, as lengalengas, as rimas têm vindo a passar de geração em geração e continuam a encantar os mais miúdos e os mais graúdos (nos quais me incluo). Quando a criança começa a aprender a ler, pode deixar de ser o sujeito passivo da atividade de "ler para" e passar a ser um sujeito ativo, lendo para os seus pais. É essencial escolher bem o texto, para que o grau de dificuldade seja adequado e o desafio não seja excessivo. Ler alto para ouvintes interessados e carinhosos é uma atividade enriquecedora que pode contribuir para o desenvolvimento de competências de leitura, como por exemplo a fluência e a entoação.

Ler com pode acontecer também desde muito cedo e, frequentemente, mistura-se com "ler para". Quando lemos uma história aos mais pequenos, tendemos a solicitar a sua participação, fazendo-lhes perguntas ou pedindo-lhes que reproduzam o som das personagens: "Então apareceu um cão: Como faz o cão?", "Nesse momento, apareceu o lobo mau. O que é que ele disse ao porquinho do meio?". Quando a criança começa a aprender a ler, ou se for mais velha e tiver ainda dificuldades na leitura, estas atividades podem ajudá-la a desenvolver competências de leitura e autoconfiança nas suas capacidades. Se a mãe ou o pai se sentarem com o seu filho em torno de um texto curto, podem desenvolver algumas atividades lúdicas de leitura: cada um lê uma frase da história; o adulto lê primeiro uma frase e a criança repete-a; o adulto lê uma frase com um erro e a criança repete-a corrigindo o erro (Ex.: O adulto lê "O boi cruzou-se com o cão." A criança repete e corrige "O boi cruzou-se com o cavalo."); as duas atividades anteriores, sendo feita a leitura de várias frases ou de um parágrafo; recorte dos parágrafos de uma história e reconstrução da história, lendo cada elemento da família o(s) parágrafo(s) que lhe coube(ram).

Quando se sabe ler bem e se desenvolveu o hábito, ler é um prazer que sabe bem ter cultivado. O percurso para adquirir esse hábito é igualmente um prazer e pode ser um prazer partilhado. Na leitura podem-se encontrar/reencontrar as gerações. Pais e filhos, avós e netos, para todos há espaço no mundo das letras e dos livros.

Armanda Zenhas
In: Educare

Pinto do Amaral quer alargar Plano Nacional de Leitura a alunos mais velhos

O Plano Nacional de Leitura (PNL) vai apostar nos próximos anos na consolidação dos resultados conseguidos, alargar a intervenção a níveis de escolaridade mais elevados e privilegiar a aprendizagem do ato de ler.
Em declarações à agência Lusa, o comissário do PNL, Fernando Pinto do Amaral, referiu que o esperado corte nas verbas do Orçamento de Estado para 2012, não afastará o projeto dos seus objetivos, embora agora, eventualmente, com um propósito mais centrado "na qualidade e menos, talvez, na quantidade".
Na sua perspetiva, este projeto vai prosseguir nos próximos anos "com o propósito que sempre teve, que é o de promover a leitura" essencialmente entre os jovens do sistema de ensino.
Sem descurar a consolidação dos resultados conseguidos, Fernando Pinto do Amaral adiantou que a partir de agora irão assumir maior destaque questões relacionadas com a aprendizagem da leitura, através da realização de estudos, e da formação de professores.
Serão também alargadas algumas ações para níveis de ensino mais avançados, como o terceiro ciclo e o ensino secundário, acrescentou.
"Vamos tentar fazer, tão bem como temos feito, embora com menos recursos", sublinhou o comissário do PNL, frisando que para isso muito poderá contribuir o "grande voluntarismo" que se verifica na promoção da leitura.
Nessa "conjugação de muitas boas vontades", porque "as pessoas gostam daquilo que estão a fazer", no entendimento de Fernando Pinto do Amaral, poderá passar muito do sucesso das iniciativas de promoção da leitura numa conjuntura de restrição orçamental que o país vive.
Para o comissário do PNL, é importante, por exemplo, "perceber porque é que determinados jovens numa certa fase da sua vida deixam de ler, e como se pode reactivar a leitura em certas idades".
Disse ainda que nos últimos cinco anos o Ministério da Educação "fez um grande esforço no sentido de equipar as escolas", e que "agora importa ir mais à parte humana", com ações de formação para os professores, trabalho mais estreito com as autarquias, e uma maior intervenção das bibliotecas municipais.
"Abrir isto [Plano Nacional da Leitura] também à área da cultura", e não o deixar tão cingido ao domínio da Educação, aproveitando a sensibilidade de escritor de Francisco José Viegas, actual secretário de Estado da Cultura, é outro dos propósitos, acentuou.