quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Alunos do secundário obrigados a fazer todos os exames na 1ª fase

Alunos do 12.º ano têm menos tempo para prepararem as provas. Tutela quer que os exames sejam este ano mais exigentes 

Menos tempo para se preparem para os exames e também provas mais exigentes são as dificuldades que os alunos vão ter de ultrapassar este ano. Até agora, os estudantes do secundário que quisessem seguir para o ensino superior podiam escolher a época de exames mais conveniente para fazer as provas – Junho ou Julho. A partir deste ano lectivo, as novas regras ditam que todos os exames têm de ser realizados entre 18 e 26 de Julho (1.ª fase).

O despacho da secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário é claro: os alunos que faltarem à 1.ª fase “não são admitidos à 2.ª fase.” A 1ª chamada sempre foi obrigatória para todos, mas quem não comparecesse ficava automaticamente inscrito na segunda fase. Essa benesse acabou, o que significa que, se “antes os alunos tinham a hipótese de se prepararem para um exame de cada vez, agora vão ter de estudar para dois em simultâneo”, alerta Albino Almeida, da Confederação Nacional de Associação de Pais (Confap).

A 2ª fase fica agora reservada aos que reprovarem ou quiserem melhorar as notas dos exames realizados em Junho. Resta ainda esperar pela legislação que regulamenta as provas nacionais para saber o que acontece com os alunos que, além das provas do 12.º ano, se candidatam também a melhoria de nota nas disciplinas do 11.º ano. Luís Caetano, dirigente da Associação de Pais da Secundária Alves Martins, em Viseu, alerta para a necessidade de o Ministério da Educação ter de acautelar os casos dos estudantes que pretendem subir as notas do 11º ano para aumentar as hipóteses de entrar no ensino superior: “Esperemos que a tutela, quando afixar o calendário final, tenha em atenção que um aluno nestas condições pode vir a fazer quatro exames em oito dias.”

Esta alteração, segundo a tutela, antecipa a afixação das pautas e os pedidos de reapreciação das provas, possibilitando ainda publicar mais cedo os resultados das candidaturas ao ensino superior. Menos tempo para a preparação dos exames não é, porém, a única preocupação a ter em conta, avisa Albino Almeida. “A tutela advertiu o Gabinete de Avaliação Educacional para não fazer exames fáceis, mas é preciso que as escolas saibam com urgência quais são as matrizes e grau de dificuldade das provas para que possam preparar os alunos”, avisa o dirigente da Confap, temendo que estas orientações originem o que “aconteceu no ano passado, em que os alunos foram apanhados desprevenidos perante a súbita exigência nas provas”.

Fonte: Jornal I