Alunos do 12.º ano têm menos tempo para prepararem as provas. Tutela quer que os exames sejam este ano mais exigentes
Menos tempo para se preparem para os exames e também provas mais exigentes são as dificuldades que os alunos vão ter de ultrapassar este ano. Até agora, os estudantes do secundário que quisessem seguir para o ensino superior podiam escolher a época de exames mais conveniente para fazer as provas – Junho ou Julho. A partir deste ano lectivo, as novas regras ditam que todos os exames têm de ser realizados entre 18 e 26 de Julho (1.ª fase).
O despacho da secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário é claro: os alunos que faltarem à 1.ª fase “não são admitidos à 2.ª fase.” A 1ª chamada sempre foi obrigatória para todos, mas quem não comparecesse ficava automaticamente inscrito na segunda fase. Essa benesse acabou, o que significa que, se “antes os alunos tinham a hipótese de se prepararem para um exame de cada vez, agora vão ter de estudar para dois em simultâneo”, alerta Albino Almeida, da Confederação Nacional de Associação de Pais (Confap).
A 2ª fase fica agora reservada aos que reprovarem ou quiserem melhorar as notas dos exames realizados em Junho. Resta ainda esperar pela legislação que regulamenta as provas nacionais para saber o que acontece com os alunos que, além das provas do 12.º ano, se candidatam também a melhoria de nota nas disciplinas do 11.º ano. Luís Caetano, dirigente da Associação de Pais da Secundária Alves Martins, em Viseu, alerta para a necessidade de o Ministério da Educação ter de acautelar os casos dos estudantes que pretendem subir as notas do 11º ano para aumentar as hipóteses de entrar no ensino superior: “Esperemos que a tutela, quando afixar o calendário final, tenha em atenção que um aluno nestas condições pode vir a fazer quatro exames em oito dias.”
Esta alteração, segundo a tutela, antecipa a afixação das pautas e os pedidos de reapreciação das provas, possibilitando ainda publicar mais cedo os resultados das candidaturas ao ensino superior. Menos tempo para a preparação dos exames não é, porém, a única preocupação a ter em conta, avisa Albino Almeida. “A tutela advertiu o Gabinete de Avaliação Educacional para não fazer exames fáceis, mas é preciso que as escolas saibam com urgência quais são as matrizes e grau de dificuldade das provas para que possam preparar os alunos”, avisa o dirigente da Confap, temendo que estas orientações originem o que “aconteceu no ano passado, em que os alunos foram apanhados desprevenidos perante a súbita exigência nas provas”.
Fonte: Jornal I